Radiologia odontológica

Tomografia dentária: quando indicar e por quê

Escaneamento digital 3D da estrutura dos dentes da mandíbula inferior

A tomografia dentária revolucionou o diagnóstico na radiologia odontológica. Durante décadas, as radiografias convencionais foram o principal recurso dos profissionais, mas sua limitação bidimensional frequentemente resultava em sobreposição de estruturas e perda de detalhes essenciais. 

Com o avanço da Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico (TCFC), a Odontologia deu um salto tecnológico: passou a enxergar as estruturas maxilofaciais em três dimensões, com precisão e profundidade sem precedentes.

Neste artigo, vamos analisar as principais aplicações clínicas da tomografia dentária, demonstrar sua superioridade em relação às radiografias tradicionais e destacar por que a formação continuada em radiologia odontológica é indispensável para o uso seguro e eficaz dessa tecnologia.

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O que é a tomografia dentária e por que ela é superior?

A tomografia dentária é um exame de imagem de alta precisão que utiliza um feixe de raios-X em formato de cone para capturar centenas de imagens. 

Essas imagens são processadas por um software, gerando uma reconstrução tridimensional da área de interesse. O resultado é um “cubo” de dados volumétricos que o profissional pode “navegar”, visualizando estruturas ósseas, dentes e tecidos moles em todos os planos (cortes axiais, coronais e sagitais).

A superioridade em relação à radiografia 2D é inegável:

  • Elimina a sobreposição: a tomografia separa as estruturas, permitindo a visualização clara de detalhes que seriam obscurecidos em uma radiografia bidimensional;
  • Medidas reais: a tomografia oferece medidas com escala de 1:1, ou seja, as dimensões que você vê na tela são as dimensões reais na boca do paciente. Isso é fundamental para um planejamento preciso;
  • Visualização em múltiplos planos: enquanto a radiografia 2D mostra uma única perspectiva, a tomografia permite a análise de uma estrutura em qualquer ângulo, revelando detalhes que seriam impossíveis de se enxergar em duas dimensões.

Essa capacidade de oferecer uma visão completa e detalhada torna a tomografia dentária uma ferramenta indispensável na clínica moderna.

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Principais aplicações clínicas da tomografia

A tomografia se tornou uma aliada fundamental em diversas especialidades, garantindo maior previsibilidade e segurança nos procedimentos.

Implantodontia

O uso na implantodontia é a indicação mais clássica da tomografia. Antes da cirurgia, o dentista precisa avaliar a qualidade e a quantidade de osso disponível. 

A tomografia permite:

  • Avaliar a altura e a espessura óssea com precisão milimétrica para determinar o tamanho ideal do implante;
  • Identificar a posição exata de estruturas anatômicas nobres, como o nervo alveolar inferior na mandíbula e o seio maxilar na maxila. Essa informação é vital para evitar complicações;
  • Realizar o planejamento virtual da cirurgia, permitindo simular a inserção do implante em um ambiente digital antes do procedimento real.

Endodontia

Na Endodontia, a tomografia é um diferencial para o diagnóstico de casos complexos. Ela pode ser usada para:

  • Diagnosticar lesões periapicais complexas ou cistos;
  • Visualizar canais radiculares extras ou canais calcificados que podem não ser visíveis em uma radiografia periapical;
  • Identificar fraturas radiculares em um estágio inicial, o que muitas vezes é a diferença entre salvar e perder um dente.

Cirurgia oral menor

A tomografia desempenha um papel essencial  no planejamento cirúrgico, especialmente em casos de maior complexidade. 

Na cirurgia oral menor, ela é fundamental para:

  • Planejar a extração de dentes inclusos, como terceiros molares, mostrando com precisão a sua relação com o nervo alveolar inferior;
  • Avaliar e planejar a remoção de lesões patológicas como cistos e tumores, determinando sua extensão e sua relação com estruturas adjacentes.

Ortodontia

Na Ortodontia, a tomografia oferece uma visão completa que auxilia no planejamento do tratamento. Suas aplicações incluem:

  • Avaliação precisa de dentes impactados e a determinação de sua posição exata;
  • Análise detalhada da estrutura óssea para a instalação de mini-implantes;
  • Diagnóstico de problemas na articulação temporomandibular (ATM), como anquiloses ou desgastes.

Princípios de funcionamento e protocolos de aquisição

A eficácia da tomografia não se resume apenas à tecnologia, mas também ao seu uso correto. O equipamento utiliza um feixe cônico que gira 360º graus em torno do paciente, capturando todas as imagens. Um conceito fundamental é o FOV (Field of View), que determina o tamanho da área que será escaneada.

O dentista pode escolher um FOV menor e mais localizado (por exemplo, apenas uma arcada ou um dente específico), o que reduz a dose de radiação para o paciente, ou um FOV maior para a visualização de toda a face. 

Um protocolo de aquisição correto, que inclui a seleção do FOV e a exposição adequada, é essencial para garantir uma imagem de alta qualidade com a menor dose de radiação possível.

A necessidade de formação para uma interpretação precisa

A capacidade de gerar uma imagem 3D complexa exige do profissional a habilidade de “navegar” pelo exame e interpretar corretamente as estruturas nos diferentes cortes. 

Muitos dentistas, especialmente os recém-formados, podem sentir-se inseguros ao lidar com a complexidade de uma imagem 3D. A falta de conhecimento sobre como manusear o software e interpretar os cortes pode levar a diagnósticos imprecisos ou, pior, à subutilização de uma ferramenta tão poderosa. 

Cursos de especialização em radiologia odontológica e imaginologia são fundamentais para que o dentista não apenas saiba quando indicar o exame, mas, principalmente, como interpretar os achados de forma precisa e ética, transformando a imagem em um diagnóstico seguro.

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A tomografia dentária não é mais um exame de exceção, mas uma ferramenta integrada à prática clínica moderna. 

Seu uso correto e criterioso, amparado por uma sólida formação em interpretação de imagens, eleva o nível do diagnóstico e do planejamento, resultando em tratamentos mais seguros, previsíveis e bem-sucedidos. 

O profissional que domina essa tecnologia e sua interpretação se diferencia no mercado, oferecendo um atendimento de excelência para seus pacientes.

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